Os desafios para a inserção socioeconômica de refugiados no Brasil contemporâneo

TEXTO I

A migração que diz respeito à sobrevivência, grosso modo, é o que chamamos de deslocamento migratório forçado. Quando esse migrante cruza uma fronteira com outra nação, pelas convenções internacionais recebe o título de refugiado.

De acordo com a Agência da ONU para Refugiados, até maio de 2024, o número total de pessoas deslocadas à força no mundo atingiu 120 milhões. Dessas, 43,7 milhões eram refugiados, incluindo seis milhões de refugiados palestinos assistidos pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA). Além disso, havia 68,3 milhões de deslocados internos (ou seja, pessoas que migraram dentro de sua própria nação) e 6,9 milhões de solicitantes de asilo.

Além disso, o número de migrantes internacionais em todo o mundo foi estimado em aproximadamente 281 milhões, conforme indicado no Relatório Mundial sobre Migração de 2024. O conjunto de todos esses dados estatísticos aponta, de fato, uma crise humanitária global.

Vários são os motivos que fazem as pessoas estarem nessas condições: perseguições de todo tipo (política, religiosa, ideológica, sexual e de gênero, entre outras), desastres ambientais, condições estruturais políticas e sociais, guerras, conflitos, e por aí vai. Essa experiência — do deslocamento migratório forçado — impõe uma série de desafios para refugiados e migrantes ao redor do mundo. Deixar para trás seu lar, sua família, suas referências, enfim, experiências de toda uma vida, é um processo doloroso, marcado por traumas e incertezas que vão além da simples adaptação em outra localidade. Se, por um lado, o refúgio representa a possibilidade de um recomeço (sobrevivência), por outro, acarreta uma série de obstáculos na busca por dignidade, pertencimento e reconstrução.

Dialogando com o conceito de “modernidade líquida” de Zygmunt Bauman, tão conhecido nas áreas humanas e sociais, penso que aqui se encaixa a experiência do deslocamento migratório forçado, como um movimento de instabilidades e múltiplas variáveis, de riscos, dinâmicas, incertezas. Ao mesmo tempo, de aquisições e trocas culturais, de adaptabilidade e flexibilidade, de pertença e referência, de simbologias e cosmologias, de formação e performance. Em outras palavras, uma série de fragmentações e desfragmentações que resultam em descontinuidades líquidas e biográficas.

A experiência do deslocamento migratório forçado começa muito antes de seu movimento, isto é, do sair de sua casa, cidade e até mesmo nação. Começa quando seus direitos humanos são violados a ponto de ser dito “preciso ir embora”. Mesmo informados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela ONU em 1948, os direitos de ir e vir, constituir família, ter acesso aos serviços básicos de saúde, educação, lazer e tantos outros, na prática, além de informados, eles são de fato assegurados?

Disponível em: https://jornal.usp.br/artigos/por-todos-os-nossos-recomecos-experiencias-de-refugiados-e-migrantes/

TEXTO II

Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2024/06/6879053-brasil-busca-concluir-projeto-para-integrar-mais-abrigados-estrangeiros.html

PROPOSTA

Com base nos textos de apoio, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Os desafios para a inserção socioeconômica de refugiados no Brasil contemporâneo”, tendo em vista os seguintes aspectos:

• Redija seu texto obedecendo a modalidade culta da língua portuguesa;

• utilize argumentos e fatos para fundamentar seu ponto de vista;

• consulte seu edital para dissertar de acordo com o número de linhas exijido pela banca avaliadora; e

• dê um título ao texto, caso essa seja uma exigência do seu edital.

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