TEXTO I
Forças Armadas são solução no combate ao crime organizado?
Com GLO, Lula envia militares para atuar contra o crime organizado. Medida é vista com ceticismo por especialistas em segurança pública.
Em resposta à recente escalada da violência no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), dando aos militares poder para atuar em portos e aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo e combater o crime organizado. A medida é controversa e especialistas são céticos em relação ao real impacto desta ação.
A GLO instituída por Lula fica em vigor até meio do ano que vem e coloca as Forças Armadas para atuar em conjunto com a Polícia Federal e as polícias estaduais no combate à criminalidade. Os militares poderão realizar prisões e conduzir revistas em suspeitos, tendo, portanto, poder de polícia. Ao todo, 3,7 mil militares participarão da operação.
Marinha e Aeronáutica vão atuar nos portos de Santos (SP), do Rio de Janeiro (RJ) e de Itaguaí (RJ), e nos aeroportos de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ). á o Exército estará concentrado nas fronteiras dos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, recebendo suporte da Polícia Rodoviária Federal.
A ação dá um novo protagonismo aos militares no governo, depois de uma sequência de embates, que incluiu a inatividade do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) nos atos golpistas de 8 de janeiro e a posterior CPMI sobre o caso aberta no Congresso. Em abril, o governo anunciou que reduziu a participação de militares da ativa em cargos de comissão, cortando 200 militares.
Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/politica/forcas-armadas-sao-solucao-no-combate-ao-crime-organizado/
TEXTO II
O Brasil enfrenta uma das maiores crises de violência armada do mundo, com números alarmantes de homicídios e crimes relacionados ao uso de armas de fogo. Anualmente, mais de 30 mil pessoas perdem a vida devido a esse tipo de armamento, o que representa cerca de 70% de todos os homicídios no país. Apesar dessa realidade, o combate ao tráfico de armas não tem recebido a atenção necessária no debate sobre segurança pública. O governo federal, responsável por lidar com questões de alcance nacional e internacional, reluta em assumir plenamente seu papel nesse enfrentamento.
As armas de fogo vão além de meros instrumentos de violência: tornaram-se ferramentas de poder nas mãos de organizações criminosas. De acordo com um estudo da Secretaria Nacional de Políticas Penais, existem mais de 80 dessas organizações no Brasil, sendo que a maioria utiliza armamentos para consolidar o controle de territórios, transformando comunidades inteiras em verdadeiras zonas de guerra. Armadas com equipamentos potentes, como rifles de assalto, essas facções impõem suas próprias regras, dificultam a atuação das forças de segurança e submetem os moradores a uma rotina de medo e violência. Esse controle armado não só perpetua o ciclo de exclusão social como também facilita outras atividades ilícitas, como o tráfico de drogas, extorsões e sequestros. Enquanto essas facções permanecerem fortemente armadas, qualquer tentativa de retomada dos territórios será ineficaz e altamente arriscada, evidenciando a necessidade de ações sistemáticas e urgentes contra o tráfico de armas.
Grande parte desse arsenal entra no Brasil por fronteiras mal fiscalizadas. A proximidade com países como Paraguai, Bolívia, Colômbia e Venezuela, somada a um sistema de monitoramento ineficiente, torna as fronteiras terrestres, fluviais e aéreas rotas fáceis para o tráfico de armas. Rifles, pistolas e armamentos militares de alta capacidade são frequentemente contrabandeados pelos mesmos canais utilizados no tráfico de drogas. Essas armas, muitas vezes adquiridas legalmente no exterior, acabam nas mãos de criminosos devido a falhas de controle, corrupção e por conta da atuação de redes internacionais de contrabando. A ausência de investimentos em tecnologias modernas, como drones, scanners e sistemas integrados de monitoramento, assim como a ausência de grupos especializados em investigações sobre tráfico de armas, agrava a situação, limitando a capacidade do Estado de interromper o fluxo de armas ilegais para o território nacional.
PROPOSTA
Com base nos textos de apoio, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “O combate ao tráfico de drogas e armas: o papel das Forças Armadas.”, tendo em vista os seguintes aspectos:
• Redija seu texto obedecendo a modalidade culta da língua portuguesa;
• utilize argumentos e fatos para fundamentar seu ponto de vista;
• consulte seu edital para dissertar de acordo com o número de linhas exijido pela banca avaliadora; e
• dê um título ao texto, caso essa seja uma exigência do seu edital.