TEXTO I
Pesquisadores da Rede Penssan, formada por entidades como Ação da Cidadania, Actionaid, Ford Fundation, Vox Populi e Oxfam, visitaram 12,743 domicílios brasileiros entre novembro de 2021 e abril de 2022, em 26 estados e Distrito Federal em 577 municípios, munidos de um questionário com perguntas sobre aquisição e consumo de alimentos, constataram que a fome atingiu 33 milhões de brasileiros.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira, no entanto, que considera impossível que existam 33 milhões de pessoas passando fome no Brasil. Guedes argumentou que o aumento no valor do Auxílio Brasil reduziu a fome, porque os beneficiários estão “recebendo três vezes mais do recebiam antes”, numa referência à média do valor do antigo Bolsa Família, de R$ 191.
Mas, os pesquisadores na Rede Penssan, na última divulgação dos dados, na semana passada, destacaram que o recente reajuste no valor do Auxílio Brasil para R$ 600, a partir de agosto, não mudou o quadro da fome, porque a alta inflação dos alimentos, a piora no mercado de trabalho e a fila de pessoas que não conseguem entrar no Cadastro Único – e que, por isso, não recebem o auxílio — agravaram a crise.
— As famílias que entraram na extrema pobreza com a pandemia não conseguem se cadastrar para ter acesso ao auxílio – explicou, na ocasião, Kiko Afonso, diretor executivo da Ação da Cidadania.
O objetivo da pesquisa da Rede Penssan é avaliar a segurança alimentar das famílias. Pelos dados do levantamento, somente em quatro estados do país, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mais da metade da população não corre risco de passar fome, tem segurança alimentar.
No Brasil, são 41,3%. Isso significa dizer que tem acesso permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer outras necessidades básicas, como o gasto com moradia.
TEXTO II
Disponível em: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/quem-tem-fome-tem-pressa-nilo-de-souza
TEXTO III
Fome e insegurança alimentar são temas correlacionados, no entanto, o termo insegurança alimentar é mais abrangente, e traz à tona debates urgentes e atuais a respeito do enfrentamento do desperdício de alimentos, das desigualdades sociais e do acesso à alimentação saudável e completa em todos os sentidos.
(…)
A insegurança alimentar é um fenômeno decorrente de ordem socioeconômica, questões históricas e estruturais.
Para cada país, uma realidade diferente. O motivo pode variar entre muitas dimensões, mas podemos citar entre as principais causas da insegurança alimentar estão a escassez de recursos, problemas de abastecimento, crise econômica, desemprego, mudanças climáticas e distribuição desigual de renda.
Quanto mais fatores-causa um país possui, maiores os índices de subalimentação e má nutrição e, consequentemente, a insegurança alimentar. Segundo relatório da ONU, as causas mais impactantes para as nações são os conflitos, crises econômicas, e a alta desigualdade.
O Brasil é um dos principais produtores de alimento do mundo e o quarto maior produtor de grãos, segundo a Embrapa. E no país, a insegurança alimentar vem crescendo, principalmente, pela falta de acesso à comida (um sintoma da pobreza da população) e pelo desperdício de alimentos, (o Brasil é um dos países que mais desaproveita a sua produção, de acordo com o comitê de Oxford para alívio da fome).
Adaptado. Disponível em: https://news.ifood.com.br/inseguranca-alimentar/
PROPOSTA
Com base nos textos de apoio, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Insegurança alimentar em questão no Brasil”, tendo em vista os seguintes aspectos:
• Redija seu texto obedecendo a modalidade culta da língua portuguesa;
• utilize argumentos e fatos para fundamentar seu ponto de vista;
• consulte seu edital para dissertar de acordo com o número de linhas exijido pela banca avaliadora; e
• dê um título ao texto, caso essa seja uma exigência do seu edital.