TEXTO I
Nanismo é um transtorno que se caracteriza por uma deficiência no crescimento, que resulta numa pessoa com baixa estatura se comparada com a média da população de mesma idade e sexo. Transformada em números, essa medida corresponde a um percentil inferior a três na curva de crescimento estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ou menor que dois desvios-padrão abaixo da altura média prevista para a idade e sexo, na ausência de causas que justifiquem o retardo no crescimento.
O nanismo pode afetar mulheres e homens indistintamente que, salvo raríssimas exceções, mantêm a capacidade intelectual preservada e podem levar vida normal e de boa qualidade. Em muitas situações, porém, as pessoas com nanismo são obrigadas a lidar com o preconceito e a discriminação social e a contornar as dificuldades de acesso em ambientes preparados para receber pessoas mais altas. Por isso, muitas vezes, precisam de ajuda para realizar tarefas simples, como utilizar o caixa eletrônico, e transporte público, por exemplo, e alcançar os produtos nas prateleiras de supermercado.
Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/pediatria/nanismo/
TEXTO II
Diariamente, pessoas com nanismo têm que lidar com desafios como falta de acessibilidade e inclusão, já que os locais de convívio comum raramente contam com adaptações. Esse transtorno causado pela deficiência no crescimento tem a acondroplasia como o seu tipo mais comum.
Apesar da definição médica, como explica a coordenadora de recursos humanos Ana Maria Almeida, essa parcela da população não é contemplada nem mesmo em contextos em que há adaptação para pessoas com deficiência.
“A gente encontra banheiros em que não consegue lavar a mão, porque a pia é extremamente alta e profunda. E quando é adaptado, temos uma questão de sempre pensarem apenas nas pessoas cadeirantes. Então, mesmo em ambientes que estão adaptados, não estão adaptados para nós.”
O impacto na saúde também é sério: a pesquisa Lifetime Impact Study for Achondroplasia (Lisa), realizada no Brasil, na Argentina e na Colômbia, mostrou que 53% das pessoas com nanismo e com idade entre 8 e 17 anos sentem dor em pelo menos uma parte do corpo.
Formada em fisioterapia, Ana Maria Almeida explica que a doença impacta diversos aspectos do corpo humano. “O nanismo é uma patologia de característica dominante. Pode acontecer com qualquer casal, qualquer família que não tenha histórico de nanismo. Ele é uma mutação genética. Então a gente tem diversos tipos de complicações, desde ortopédicas até respiratórias, endócrinas, metabólicas e neurológicas.” Além da questão médica e da dificuldade para acessar locais e realizar as tarefas do cotidiano, pessoas com nanismo enfrentam um preconceito enraizado que se manifesta de diversas maneiras e com frequência. Há percepções comuns que levam a deficiência a um patamar relacionado a piadas e infantilização.
Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/luta-por-acessibilidade-e-contra-o-preconceito-marca-vida-de-pessoas-com-nanismo/
TEXTO III
Parte fundamental e marcante na vida de todos, o ambiente escolar vem se remodelando ao longo do tempo para conseguir reunir toda a pluralidade de corpos. Para os estudantes com nanismo, mesmo as estruturas consideradas acessíveis demandam pequenas adaptações para tornar locais seguros e confortáveis à rotina de estudos.
Os números sobre acessibilidade nos ambientes escolares das cidades brasileiras mostram que houve melhora substancial nos últimos cinco anos. Um salto foi observado após a aprovação da Lei Brasileira de Inclusão (LBI), em 2016, que determina que é dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência. No acompanhamento feito pelo Censo Escolar, publicado anualmente pelo Ministério da Educação (MEC), de 183 mil escolas existentes em 2016, apenas 51 mil tinham dependências consideradas acessíveis. Em 2020 o número saltou para mais de 108 mil, representando 60% das 180 mil escolas. Crianças e jovens com nanismo, entretanto, precisam de adaptações exclusivas.
Disponível em: https://institutonacionaldenanismo.com.br/acessibilidade-nas-escolas-ainda-e-desafio-para-estudantes-com-nanismo/
PROPOSTA
Com base nos textos de apoio, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Desafios para combater o preconceito ao nanismo no Brasil”, tendo em vista os seguintes aspectos:
• Redija seu texto obedecendo a modalidade culta da língua portuguesa;
• utilize argumentos e fatos para fundamentar seu ponto de vista;
• consulte seu edital para dissertar de acordo com o número de linhas exijido pela banca avaliadora; e
• dê um título ao texto, caso essa seja uma exigência do seu edital.